Em um mundo onde desafios socioambientais ganham força, o investimento em empresas sustentáveis se destaca como caminho para retorno e impacto positivo.
As ações ESG representam práticas que consideram critérios de Ambientais, Sociais e de Governança na gestão corporativa e nas escolhas de investidores. Esse conceito nasceu da necessidade de alinhar valor financeiro a compromissos éticos e ambientais, evitando riscos e aproveitando oportunidades de longo prazo.
Em nível global, o apetite por ESG cresce de forma acelerada. Projeções para 2025 apontam que os investimentos ESG podem alcançar 53 trilhões de dólares globalmente, montante equivalente ao PIB combinado de economias como Estados Unidos e China. Essa cifra impressionante demonstra a importância crescente de padrões responsáveis no mercado financeiro.
O interesse de grandes gestoras e fundos internacionais consolida o ESG como tendência irreversível, impulsionado por mudanças regulatórias e pela exigência de investidores cada vez mais conscientes.
No Brasil, o cenário ESG se fortalece rapidamente. Em maio de 2025, existiam 193 fundos dedicados a práticas sustentáveis no país. Desses, 127 são classificados como fundos IS (Investimento Sustentável), com compromisso formal documentado em políticas internas, enquanto 66 são ESG-related, que incorporam critérios ESG sem obrigação legal.
Apesar da preferência atual por fundos ESG de renda fixa, em decorrência do cenário de juros elevados, os fundos de ações apresentam desempenho expressivo no longo prazo. Entre abril de 2022 e 2025, os fundos de ações IS valorizaram-se em 41%, enquanto os ESG-related cresceram 31,7%, contra 21,9% dos fundos de ações brasileiros em geral.
Esse diferencial confirma que a adoção de critérios ESG não é apenas uma tendência ética, mas uma estratégia de melhora de performance e redução de riscos.
O ano de 2025 marca maior rigor regulatório no Brasil. A exigência de relatórios detalhados de equidade salarial e políticas de bem-estar dos colaboradores se torna mandatório, elevando o nível de transparência corporativa. A Nova Lei do Mercado de Carbono, instituída pela Lei nº 15.042/2024, implantou o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, alinhando o país aos mercados regulados e incentivando reduções efetivas de GEE.
Outra inovação é a Taxonomia Sustentável, que classifica atividades econômicas conforme critérios claros e uniformes, facilitando o fluxo de investimentos para projetos que realmente reduzam impactos ambientais. A pressão dos stakeholders também cresce: pesquisas indicam que 95% dos brasileiros priorizam empresas socialmente responsáveis.
A meta de neutralidade de carbono ganha força no setor corporativo, exigindo reduções na fonte em vez de compensações. Paralelamente, a matriz energética brasileira, com 88% de participação de fontes limpas, posiciona o país como protagonista na transição energética global. Investimentos em soluções emergentes — como baterias avançadas, eficiência energética e infraestrutura climática — tendem a acelerar nos próximos anos.
Empresas que integram critérios ESG em suas estratégias demonstram vantagens competitivas claras:
Além disso, temas climáticos impactam diretamente custos de produção, seguros e ativos imobiliários, tornando indispensável a integração de práticas ESG à estratégia corporativa para garantir lucratividade sustentável.
Ainda que o ritmo de crescimento seja expressivo, o volume de investimentos ESG no Brasil permanece modesto em comparação a outras regiões. A falta de cultura de sustentabilidade consolidada e a carência de dados padronizados são obstáculos a serem superados.
Por outro lado, 2025 é apontado como ano de virada de paradigma, especialmente com o país sediando a COP 30 e consolidando sua autoridade em temas climáticos. A mobilização da sociedade civil e o avanço regulatório aceleram a adoção de práticas responsáveis, invertendo possíveis retrocessos políticos internacionais.
Setores-chave para investimentos ESG no Brasil incluem:
Startups especializadas em descarbonização e eficiência energética têm atraído aportes significativos, destacando o potencial de retorno e de impacto socioambiental.
Para aproveitar as oportunidades em ações ESG, considere as seguintes estratégias:
Investir em empresas sustentáveis é, hoje, uma decisão estratégica que alia rentabilidade e legado positivo. Profissionais e investidores que abraçarem essa visão estarão à frente de uma transformação global, impulsionando um futuro mais próspero e equilibrado.
Referências