O setor de serviços no Brasil experimenta um momento de otimismo e reflexão. Os dados de início de 2025 apresentam um cenário de retomada e consolidação, mas também ressaltam pontos de atenção que exigem ação coordenada.
No mês de fevereiro de 2025, o segmento avançou 0,8% em relação ao mês anterior, revertendo o recuo de 0,6% registrado em janeiro. Esse resultado representa o décimo primeiro mês consecutivo de expansão anual, já que, em comparação a fevereiro de 2024, o setor cresceu 4,2%.
O desempenho positivo em fevereiro foi impulsionado principalmente pelos serviços de informação e comunicação, que registraram um salto de 1,8%. Esse dado evidencia a relevância das empresas de tecnologia e plataformas digitais no atual estágio de recuperação econômica.
Em março de 2025, o setor avançou 0,3%, acumulando um ganho de 1,2% nos dois primeiros meses do trimestre. A liderança desse movimento coube ao segmento de transportes, com crescimento de 1,7%, sinalizando o retorno progressivo da mobilidade de pessoas e mercadorias.
No agregado do primeiro trimestre de 2025, a variação chegou a 2,4% frente ao mesmo período de 2024. Destacou-se, novamente, o setor de informação e comunicação, que obteve um notável avanço de 6,7%, fruto das maiores receitas e investimentos em tecnologia.
Por outro lado, a categoria “outros serviços” apresentou retração de 1,8%, um lembrete de que nem todos os segmentos recuperaram totalmente sua capacidade operacional.
O impulso nacional, contudo, não se distribui de maneira uniforme. Algumas unidades federativas se destacam pelo vigor econômico, enquanto outras demandam políticas de suporte específicas.
Estes índices refletem dinâmicas setoriais locais e investimentos estratégicos que ampliam a oferta de serviços e fortalecem a infraestrutura. Em contrapartida, o Rio Grande do Sul registrou recuo de 11,0%, apontando a necessidade de ajustes estruturais e incentivos para retomar a trajetória de expansão.
O setor de serviços já superou com folga o nível pré-pandemia. Em fevereiro de 2025, o desempenho estava 16,2% acima de fevereiro de 2020; em março, esse avanço chegou a 16,9%. Essas marcas confirmam a capacidade de recuperação econômica sustentável depois das interrupções causadas pela crise sanitária.
No entanto, o setor ainda opera próximo ao ápice histórico: o nível de fevereiro de 2025 encontra-se apenas 1% abaixo do pico de outubro de 2024. Para igualar esse recorde, seria necessária uma alta de 1% em março, um desafio exigente para as cadeias produtivas e para a demanda interna.
A continuidade desse ciclo positivo depende de fatores internos e externos. Internamente, a modernização de processos, a digitalização de serviços e o fortalecimento da mão de obra qualificada são imperativos para manter a trajetória de crescimento sustentável.
Externamente, o comportamento da economia global e as cadeias de suprimentos seguirão impactando os setores de transportes e comunicação. O fortalecimento das exportações de conhecimento e a atração de investimentos em tecnologia são apostas para diversificar a base de crescimento.
Em resumo, o setor de serviços no Brasil em 2025 mostra-se resiliente mesmo em cenários adversos, mas convive com desafios estruturais e regionais que exigem planejamento integrado. A adoção de políticas públicas voltadas para inovação, capacitação profissional e infraestrutura pode garantir que esse segmento mantenha seu papel central na geração de empregos e no impulso ao Produto Interno Bruto.
Com base nesses dados, empresas, investidores e gestores públicos devem perseguir ações alinhadas às demandas contemporâneas, promovendo sinergias entre setores e regiões que potencializem o crescimento econômico e social em todo o país.
Referências