Logo
Home
>
Ações e Fundos
>
IPOs (Ofertas Públicas Iniciais): Vale a Pena Arriscar?

IPOs (Ofertas Públicas Iniciais): Vale a Pena Arriscar?

16/07/2025 - 14:02
Matheus Moraes
IPOs (Ofertas Públicas Iniciais): Vale a Pena Arriscar?

Investir em IPOs desperta excitação e receio. Entender o contexto, os riscos e as oportunidades é essencial para decidir se vale a pena alocar recursos nessa modalidade.

O que é um IPO e como funciona no Brasil?

Um IPO, ou Oferta Pública Inicial, é o momento em que uma empresa abre seu capital e passa a negociar ações na bolsa. No Brasil, as companhias seguem regras da CVM e da B3, apresentando prospecto, demonstrativos financeiros e estratégia de uso dos recursos captados.

Para o investidor pessoa física, participar de um IPO significa comprar ações antes que a empresa seja negociada livremente no mercado secundário. A expectativa é adquirir papéis com preço atraente em relação ao valor real e obter valorização futura, mas essa aposta carrega incertezas.

Histórico recente dos IPOs no Brasil

Entre 2021 e 2024, o mercado doméstico passou por forte retração. O último IPO na B3 ocorreu em 2021, com a operadora Wilson Sons, e não houve novas ofertas em 2022, 2023 e 2024.

Em 2024, surgiram sinais de reação: mais de 60 pedidos de IPO na CVM apontaram para retomada de confiança. A queda da taxa Selic, 10,5% em maio de 2024, e a melhora das perspectivas macroeconômicas reacenderam o apetite de empresas e investidores.

Setores em destaque para futuros IPOs

Alguns segmentos lideram a fila de empresas interessadas em abrir o capital:

  • Construção civil e infraestrutura, estimulados por projetos habitacionais e concessões;
  • Varejo e consumo, em busca de recursos para expansão física e digital;
  • Tecnologia, com plataformas de software e serviços escaláveis;
  • Agronegócio e alimentos, beneficiados pelo câmbio favorável e demanda global.

Perspectiva internacional e comparativos

No exterior, o cenário mostra dinamismo moderado. Em 2024, foram 1.215 ofertas globais, ante 1.351 em 2023. Para 2025, estimam-se US$ 18 bilhões captados por nove grandes empresas nos EUA.

Esse desempenho global reforça que cada mercado reage de forma distinta. Enquanto empresas asiáticas apresentaram saltos expressivos, as listadas nos EUA tiveram retorno modesto até maio de 2025.

Riscos e retornos históricos

Investir em IPOs exige cautela. No Brasil, as ofertas de 2020 e 2021 registraram queda de 54,6% até o fim de 2023, mostrando como a euforia pode se reverter em perdas.

Globalmente, o ritmo de grandes IPOs vem desacelerando. Há percepção de que volatilidade ainda é uma realidade, especialmente em cenários de juros elevados e incertezas macroeconômicas.

Fatores de decisão para investidores

Para avaliar um IPO, considere:

  • Momento macroeconômico e tendências de juros;
  • Governança e histórico da empresa;
  • Potencial de crescimento e competitividade no setor;
  • Avaliação (valuation) proposta e nível de desconto.

Investidores institucionais costumam priorizar ofertas com governança e transparência da empresa sólidas, setores resilientes e perspectivas de escalabilidade.

Estratégias para o investidor pessoa física

Pessoas físicas podem adotar algumas abordagens para reduzir riscos:

  • Limitar a alocação em IPOs a uma parcela pequena da carteira;
  • Comparar múltiplos de mercado e margens operacionais com empresas similares;
  • Acompanhar roadshows e apresentações da administração;
  • Avaliar o lock-up e possíveis restrições de liquidez.

Além disso, observar o desempenho dos primeiros dias de negociação pode indicar se a oferta cumpriu as expectativas iniciais.

Alternativas para acesso a IPOs

Quem prefere diversificação automática pode considerar fundos especializados em empresas recém-listadas. Essa abordagem:

  • Permite exposição a vários IPOs simultaneamente;
  • Reduz o impacto de uma performance isolada negativa;
  • Conta com gestão profissional para análise detalhada.

Outra opção são ETFs que replicam índices com ações de empresas em estágio inicial de listagem.

Conclusão e perspectivas para 2025

O ano de 2025 traz cenário de possível corte nas taxas de juros e maior interesse internacional por mercados emergentes, fatores que podem destravar IPOs represados.

Contudo, a volatilidade e a necessidade de avaliações realistas exigem cautela. Investidores que alinharem análise fundamentalista, controle de risco e diversificação terão mais ferramentas para decidir se vale a pena arriscar em uma oferta pública inicial.

Em suma, IPOs podem oferecer oportunidades únicas de crescimento, mas requerem preparo, paciência e estratégia bem definida.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

Matheus Moraes, 33 anos, é redator no superfoto.net, especializado em crédito pessoal, investimentos e planejamento financeiro.