Investir em IPOs desperta excitação e receio. Entender o contexto, os riscos e as oportunidades é essencial para decidir se vale a pena alocar recursos nessa modalidade.
Um IPO, ou Oferta Pública Inicial, é o momento em que uma empresa abre seu capital e passa a negociar ações na bolsa. No Brasil, as companhias seguem regras da CVM e da B3, apresentando prospecto, demonstrativos financeiros e estratégia de uso dos recursos captados.
Para o investidor pessoa física, participar de um IPO significa comprar ações antes que a empresa seja negociada livremente no mercado secundário. A expectativa é adquirir papéis com preço atraente em relação ao valor real e obter valorização futura, mas essa aposta carrega incertezas.
Entre 2021 e 2024, o mercado doméstico passou por forte retração. O último IPO na B3 ocorreu em 2021, com a operadora Wilson Sons, e não houve novas ofertas em 2022, 2023 e 2024.
Em 2024, surgiram sinais de reação: mais de 60 pedidos de IPO na CVM apontaram para retomada de confiança. A queda da taxa Selic, 10,5% em maio de 2024, e a melhora das perspectivas macroeconômicas reacenderam o apetite de empresas e investidores.
Alguns segmentos lideram a fila de empresas interessadas em abrir o capital:
No exterior, o cenário mostra dinamismo moderado. Em 2024, foram 1.215 ofertas globais, ante 1.351 em 2023. Para 2025, estimam-se US$ 18 bilhões captados por nove grandes empresas nos EUA.
Esse desempenho global reforça que cada mercado reage de forma distinta. Enquanto empresas asiáticas apresentaram saltos expressivos, as listadas nos EUA tiveram retorno modesto até maio de 2025.
Investir em IPOs exige cautela. No Brasil, as ofertas de 2020 e 2021 registraram queda de 54,6% até o fim de 2023, mostrando como a euforia pode se reverter em perdas.
Globalmente, o ritmo de grandes IPOs vem desacelerando. Há percepção de que volatilidade ainda é uma realidade, especialmente em cenários de juros elevados e incertezas macroeconômicas.
Para avaliar um IPO, considere:
Investidores institucionais costumam priorizar ofertas com governança e transparência da empresa sólidas, setores resilientes e perspectivas de escalabilidade.
Pessoas físicas podem adotar algumas abordagens para reduzir riscos:
Além disso, observar o desempenho dos primeiros dias de negociação pode indicar se a oferta cumpriu as expectativas iniciais.
Quem prefere diversificação automática pode considerar fundos especializados em empresas recém-listadas. Essa abordagem:
Outra opção são ETFs que replicam índices com ações de empresas em estágio inicial de listagem.
O ano de 2025 traz cenário de possível corte nas taxas de juros e maior interesse internacional por mercados emergentes, fatores que podem destravar IPOs represados.
Contudo, a volatilidade e a necessidade de avaliações realistas exigem cautela. Investidores que alinharem análise fundamentalista, controle de risco e diversificação terão mais ferramentas para decidir se vale a pena arriscar em uma oferta pública inicial.
Em suma, IPOs podem oferecer oportunidades únicas de crescimento, mas requerem preparo, paciência e estratégia bem definida.
Referências